7ºaula-FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR



FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR


O estudo da contração do músculo estriado esquelético pode ser estudado em três etapas: neuromuscular, bioquímica e biomecânica. Será feita uma abordagem breve de cada uma dessas etapas.


NEUROMUSCULAR 

 Os neurônios motores, originários dos cornos anteriores da medula, dão origem a uma quantidade de fibras nervosas (axônios motores), que por sua vez se ramificam e vão inervar as fibras musculares, o que constituirá na unidade motora.

 Na junção neuromuscular, o impulso proveniente do axônio sofre um bloqueio enquanto ocorre uma alteração na membrana muscular, o sarcolema, que se torna, então, permeável à entrada de íons positivos (sódio) e à saída de íons negativos (cloro). Esse processo resulta numa carga positiva na região externa da membrana, e negativa no seu interior, tornando-a despolarizada. Essa troca de íons gera uma diferença de potencial, que de -70mV pode chegar a +30mV. (Potencial de repouso é a diferença de potencial elétrico que as faces internas e externas na membrana de um neurônio, (mV-miliVolts).

Os neurônios motores são os responsáveis pela manutenção da estrutura metabólica e morfológica das fibras musculares que compõem a sua unidade.

 FIGURA-26


BIOQUÍMICA

 Quando ocorre a despolarização do sarcolema, dois eventos podem ser observados, gerando a contração muscular. O primeiro é a liberação do conteúdo das vesículas sinápticas (acetilcolina) na placa motora. A acetilcolina está apta para entrar no sarcoplasma quando encontra a membrana despolarizada, o que dá origem a um novo potencial de ação. A enzima acetilcolinesterase é responsável por destruir (hidrolisar) a acetilcolina, num segundo momento. Dessa forma, a membrana é protegida para que cada impulso nervoso produza um estímulo muscular. 

 Em indivíduos com grande tensão muscular, a administração de medicamento miorrelaxante age nessa junção neuromuscular e produz bloqueio da ação da acetilcolina, resultando em relaxamento muscular. Dois fatores são determinantes para a quantidade de acetilcolina que será liberada: a amplitude do potencial de ação e a presença do íon cálcio. A despolarização da membrana aumenta a permeabilidade ao cálcio que, consequentemente, permite a liberação de mais vesículas de acetilcolina.

 

FIGURA 27 – ALTERAÇÕES NA FIBRA MUSCULAR NAS CONDIÇÕES ESTIRADO E CONTRAÍDO

 

FIGURA 28–

 

         

ORGANIZAÇÃO DA FIBRA MUSCULAR

O glicogênio pode ser degradado em duas condições distintas: na presença ou na ausência de oxigênio (aerobiose e anaerobiose, respectivamente). Quando o oxigênio está presente existe a formação de ácido pirúvico, que por sua vez participa de uma cadeia de reações químicas (ciclo de Krebs), que gera 20 vezes mais ATP que na condição anaeróbica, com a presença de água e gás carbônico como produtos finais. Na segunda situação libera-se uma menor quantidade de ATP (três moléculas apenas), com a formação do ácido lático, que atinge o fígado e participa do processo de ressíntese de glicogênio, chamado neoglicogênese. O músculo também pode utilizar o fosfato de creatina como fonte de energia. Nesse caso, a liberação de fósforo é usada quando há produção pequena de ATP. Quando o músculo está relaxado, actina e miosina encontram-se dissociadas, com a baixa concentração de cálcio.

 Nessa situação há uma importante recuperação das fontes energéticas no tecido. O ácido lático é metabolizado e os depósitos de glicogênio no fígado e no músculo são repostos. 

 Se ocorrer algum estímulo, aumenta-se a concentração de cálcio, que por sua vez estimula a atividade enzimática da miosina. A miosina, então, transforma ATP em ADP e libera energia para que ocorra a contração muscular. São identificadas três fases relacionadas à estimulação nervosa do músculo. São elas:

-Período de latência;

- Período de contração;

-Período de relaxamento.

 Da segunda para a terceira fase, ocorre produção de calor no tecido muscular, que é resultado das reações químicas ocorridas. 

FIGURA 29

 

BIOMECÂNICA

  Do ponto de vista biomecânico existem dois tipos de contração muscular: isotônica ou isométrica. A primeira se caracteriza por apresentar encurtamento da fibra muscular e produzir um movimento. Na contração isométrica, não há alteração do tamanho da fibra e não há produção de movimento. Para a manutenção da postura ereta, os músculos realizam esse tipo de contração.

 Com a aplicação de dois estímulos sucessivos na fibra muscular obtém-se somação ou tetania. Na somação, como o nome sugere, somam-se os estímulos, em função do aumento das unidades motoras que se contraem ao mesmo tempo. Na tetania ocorre fusão dos estímulos e o músculo apresenta-se contraído, com a posterior fadiga. Esta surge geralmente como consequência de contrações de grande intensidade e de duração prolongada, e pode ser entendida como a ausência de resposta a um estímulo. 

 A fadiga está associada à maior concentração de ácido lático e diminuição da oferta de oxigênio. Pode também ocasionar contratura e a diminuição da concentração de nutrientes no tecido, que dificultam o seu relaxamento. São conhecidos diversos tipos de fadiga, dentre os quais se destacam a do sistema nervoso central (fadiga central), a do sistema nervoso periférico (fadiga periférica) e a própria fadiga emocional.

Apesar de parecer que as contrações musculares ocorram em um só momento em toda a massa, essa informação não é verdadeira. Elas estão sincronizadas e ocorrem em uma sequência proveniente de um grupo de neurônios motores. As fibras musculares se contraem por aproximadamente um milissegundo, seguidas de um período de relaxamento total. 

 Toda a unidade se contrai por um período de até oito milissegundos, que corresponde às várias contrações de cada uma das fibras que fazem parte dessa unidade.

FIGURA 30-









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