11ºaula-SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL (SDM)



SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL (SDM)


 A síndrome dolorosa miofascial (SDM) é das mais comuns causas de dor no sistema musculoesquelético. Costuma afetar músculos, tecido conjuntivo e fáscias da coluna vertebral. Está diretamente associada à presença de dor e incapacidade nos indivíduos acometidos.

 Alguns sinônimos encontrados na literatura para a SDM são miofasceíte, fibrosite, reumatismo de partes moles e miosite.

 A SDM é muitas vezes de difícil diagnóstico, uma vez que necessita principalmente da história clínica e dos achados do exame físico. É necessária a identificação do ponto gatilho ou doloroso em uma banda tensa, com a reprodução da dor, para que existam condições mínimas de diagnóstico. Frequentemente a SDM é confundida com outras patologias do sistema musculoesquelético, como bursites e tendinites, o que gera tratamentos sem sucesso para o paciente.

 São definidos critérios maiores e menores para o diagnóstico preciso da SDM: 

01-Critérios maiores:

-Bandas de tensão muscular;

-Dor intensa nos PGs em uma banda de tensão;

-Reprodução da dor à pressão do nódulo doloroso;

-Limitação da ADM (Amplitude de Movimento) decorrente da dor.

 

02-Critérios menores:

-Evocação da reação contrátil (contração muscular) visualmente ou à palpação;

Os PGs ativos são identificados quando, ao aplicarmos a pressão com o dedo, é reproduzida “a dor que o paciente possui”. Durante a palpação, pode ocorrer uma reação contrátil.

-Reação contrátil ao agulhamento dos PGs;

-Atividade eletromiográfica característica de nódulo doloroso em uma banda de tensão;

-Dor, anormalidade sensitiva na distribuição de um PG à compressão correspondente.

 

Para que haja o diagnóstico é necessário que estejam presentes, no mínimo, quatro critérios maiores e um menor.

Na literatura são encontradas cinco causas para o aumento da tensão muscular, achado principal da SDM:

- tensão muscular:

-solicitação exagerada,

- fadiga crônica,

-esfriamento,

-redução da circulação,

 -alterações metabólicas. 

Diversos tratamentos já foram sugeridos no decorrer da história, alguns deles ainda empregados até hoje: crioterapia, automassagem, exercícios e atividades físicas moderadas. Para casos agudos sugere-se apenas uma sessão de tratamento; para casos crônicos, no entanto, são necessários tratamentos diários entre duas a seis semanas.  

Obs: O termo “zonas de gatilho” foi empregado em 1936 por Edeiken e Wolferth, para se referir a uma região na qual a dor é sentida durante a palpação de pontos dolorosos na região escapular. Outros termos similares, como “áreas de gatilho” ou “pontos gatilhos” foram introduzidos posteriormente.  

 Para entender o ponto-gatilho é necessário observar mais de perto. A nível microscópico, cada nó é chamado de complexo ponto-gatilho e é composto tanto por fibras musculares em estado normal como por fibras musculares que estão continuamente contraídas. A contração contínua nestas fibras reduz o fluxo sanguíneo para ponto gatilho e faz com que aquela área receba menos oxigênio e nutrientes; com menos sangue circulando, há acúmulo de resíduos metabólicos e toxinas causando dor, tensão e espasmos no músculo.


FIGURA 38 – COMPLEXO DO PONTO GATILHO

                                                 

 Em 1938, Kellgren realizou um importante achado. Observou que o acometimento da fáscia muscular e da bainha tendínea gerava dor localizada, enquanto o estímulo nociceptivo muscular ocasionava dor difusa, com uma zona de referência previsível. Foi então reconhecido como o primeiro autor que identificou o padrão de zona de dor referida muscular.

O termo “mialgia idiopática” foi introduzido por Travell, em 1983, e posteriormente o descreve como áreas de gatilho, ou pontos gatilhos. Surgiram as terminologias “dor miofascial” e “síndrome dolorosa miofascial” para definir as afecções de miofilamentos de contração de fibras brancas e vermelhas do músculo esquelético. 

 Os pontos gatilhos foram redefinidos como “pontos dolorosos profundos circunscritos, com resposta contrátil localizada ao ser pressionado ou agulhado e que, quando estimulados, ocasionam dor referida”. Na SDM são encontradas bandas musculares tensas que podem ser palpáveis, nas quais são identificados pontos dolorosos de grande intensidade (pontos gatilhos, PGs), como são mostrados na figura. A palpação digital ou a punção localizada com agulha sobre os PGs causam dor local ou referida a distância. Esses pontos são resultados de sobrecargas dinâmicas ou estáticas que ocorrem durante as atividades do cotidiano.

FIGURA 39 – PGS NO MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO

                                     

     

 Uma das características marcantes da SDM é a contração muscular visível e palpável localizada, que é induzida pela palpação ou punção da banda muscular ou do PG. A inflamação na inserção dos feixes musculares, tendões e ligamentos, associada ao encurtamento muscular, pode resultar entesites ou entesopatias.

Frequentemente o terapeuta encontrará no seu cliente a presença de PGs no músculo trapézio, ao aplicar a Quick Massage. A figura mostra as localizações mais comuns dos PGs nesse músculo e as respectivas regiões de dor referida:

 

FIGURA 40 – PGS ENCONTRADOS NO MÚSCULO TRAPÉZIO (EM “X”) E AS REGIÕES DE DOR IRRADIADA (EM VERMELHO); NA FIGURA À ESQUERDA, VISTA NO PLANO SAGITAL E À DIREITA NO PLANO FRONTAL, VISTA POSTERIOR 










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