PONTO GATILHO (PGs) ATIVOS e LATENTES
-PGs ativos: apresentam uma regiĂŁo bastante irritĂĄvel,
com dor espontĂąnea ou que surge com o movimento; estĂŁo localizados em bandas
musculares tensas em regiÔes com queixa de dor; a pressão gera dor referida em
åreas padronizadas. Hå limitação da amplitude de movimento e pode produzir
sensação de fraqueza muscular.
-PGs latentes: estĂŁo presentes em ĂĄreas assintomĂĄticas;
apesar de serem pontos dolorosos com caracterĂsticas semelhantes aos ativos,
nĂŁo estĂŁo relacionados Ă dor durante as atividades cotidianas. Geralmente sĂŁo
menos dolorosos, quando palpados, e produzem menos disfunçÔes, se comparados
aos PGs ativos. Podem se tornar ativos com a influĂȘncia de agentes estressores
fĂsicos exĂłgenos(causas externas),
endĂłgenos ou emocionais.
Ă ativo quando movimentos ou posturas
fisiolĂłgicas normais causam dor. E Ă© latente quando necessitam de
certa estimulação mecùnica para produzir dor.
FIGURA-41
A
SDM CARACTERĂSTICAS
A SDM apresenta as
seguintes caracterĂsticas:
-Banda muscular tensa palpåvel com a presença de PGs; O
paciente reproduz as queixas durante a compressĂŁo do ponto miĂĄlgico;
-Dor do tipo difusa em um mĂșsculo ou grupo muscular; Dor
descrita como “latejamento” em uma regiĂŁo corporal;
-PossĂvel queixa de parestesia(Sensação de formigamento),
sem padrão neuropåtico; Relato de diminuição da dor após estiramento muscular.
- Pode ainda ocorrer diminuição da força muscular, durante
a realização do teste manual.
-Também é comum a limitação da amplitude de movimento da
regiĂŁo acometida.
-No estiramento passivo pode ser notado encurtamento
muscular.
- IMPORTANTE:
NĂŁo deve haver
padrĂŁo de dor radicular ou neuropĂĄtica para que haja o diagnĂłstico de SDM.
O local da lesĂŁo da radiculopatia estĂĄ no nĂvel da raiz
do nervo espinhal. O resultado Ă© dor (conhecida como dor
radicular), fraqueza nos membros, dormĂȘncia/parestesia e dificuldade em
controlar mĂșsculos especĂficos.
A dor neuropĂĄtica normalmente viaja pela perna
e Ă© chamada de dor radicular (dor decorrente das raĂzes
nervosas). Essa dor Ă© comumente referida como ciĂĄtica.
As causas da SDM
podem ser variadas. Dentre elas, destacam-se as sobrecargas agudas,
traumatismos ou microtraumas repetidos sobre as estruturas musculoesqueléticas.
Pode também ser o resultado de um processo gradual, relacionado a atividades
laborais, que produzem fadiga muscular. IndivĂduos nĂŁo condicionados, como os
praticantes de atividades fĂsicas esporĂĄdicas, estresses prolongados ou
sobrecarga dos mĂșsculos antigravitacionais, como resultado de posturas
inadequadas, além de estresses emocionais, também podem ser causadores da SDM.
A dor promove
sensibilização das terminaçÔes nervosas livres e do sistema nervoso central,
ocasionando dor localizada e referida. Junto a este sintoma sĂŁo notadas
alteraçÔes no trofismo muscular (ganho ou a perda de força e de
tÎnus muscular), fadiga, pequeno comprometimento da força e/ou da
destreza, principalmente em movimentos que requerem maior precisĂŁo.
Existem indĂcios de que os PGs sejam resultado da
presença de sangue ou outro material extracelular que não foi reabsorvido mesmo
após lesão muscular. Dessa forma, geram limitação da amplitude de movimento e
tambĂ©m aderĂȘncia tecidual, que dificulta o deslizamento das fibras musculares,
juntamente com dor, espasmo da musculatura envolvida e tensĂŁo, que, por
mecanismo reflexo, intensifica a tensĂŁo muscular inicial, desencadeando os
eventos posteriores.
O evidente aumento da tensĂŁo muscular ainda promove
sobrecarga mecĂąnica no tecido conjuntivo e estruturas adjacentes Ă banda tensa,
com consequente diminuição da função dos elementos contråteis nos nódulos.
A sĂndrome da dor miofascial Ă© uma
afecção que acomete mĂșsculos, fĂĄscias, ligamentos, tecidos pericapsulares,
tendĂ”es e bursas. Caracteriza-se pela ocorrĂȘncia de dor muscular em regiĂ”es
enduradas, onde estĂŁo presentes bandas de tensĂŁo palpĂĄveis e pontos
extremamente dolorosos, os PGs.
Ă notado um ciclo vicioso autossustentado, que Ă©
esquematizado na figura :
FIGURA 42 – CICLO VICIOSO DA SĂNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL
Os PGs apresentam
elevada sensibilidade, justificada pelo acĂșmulo de substĂąncias algiogĂȘnicas((produtoras
de dor): substùncias comuns presentes em todas as células, como os
Ăons potĂĄssio ou trifosfato de adenosina (ATP)), que geram excitação e
sensibilização dos nociceptores. Em um mecanismo reflexo, a dor desencadeia
espasmo muscular, que intensifica todo o quadro geral de sinais e sintomas
apresentados. A SDM pode estar associada, ou ser a causa de dor em diversas
condiçÔes, dentre as quais se destacam:
-Cefaleia tensional;
-Doença degenerativa discal;
- SĂndrome do desfiladeiro torĂĄcico;
- DistĂșrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
(DORTs);
-Osteoartrose;
-SĂndrome do impacto.
TRATAMENTO
SDM
Tratamento : Ă importante que a abordagem ao paciente
portador da SDM seja feita de maneira individualizada. Devem-se considerar os
fatores causais de cada situação.
Os mĂșsculos envolvidos devem ser exaustivamente avaliados
e acompanhados por todo o tratamento, para que seja possĂvel quebrar o ciclo
vicioso caracterĂstico dessa patologia. TambĂ©m devem ser considerados todos os
possĂveis fatores psicossociais envolvidos, pois se sabe que estes podem
potencializar a lesĂŁo muscular.
Para isso, Ă© imprescindĂvel que uma equipe interdisciplinar formada por vĂĄrios profissionais de diversas ĂĄreas da saĂșde que trabalhando em conjunto, aborde esse paciente.
FIGURA-43: Equipe
interdisciplinar
O tratamento medicamentoso costuma ser a primeira medida
para alĂvio da dor; no entanto, seu uso crĂŽnico nĂŁo mostrou resultados
satisfatĂłrios, sendo recomendado somente para quadros agudos. Relaxantes
musculares de ação periférica também não exercem ação eficaz na SDM.
O
tratamento baseia-se na inativação dos PGs. Cinesioterapia que é um conjunto de
exercĂcios terapĂȘuticos que ajudam na reabilitação de diversas situaçÔes,
fortalecendo e alongando os mĂșsculos, e tambĂ©m podem servir para otimizar o
estado de saĂșde geral e prevenir alteraçÔes motoras e para relaxamento
muscular, recuperação da atividade fisiolĂłgica normal do mĂșsculo e orientaçÔes
posturais para eliminação dos possĂveis fatores desencadeantes.
TENDER
POINT (PONTO FRACO – PF)
Ă bastante comum a
comparação entre trigger points (pontos gatilhos) e tender points (pontos
fracos). Este Ășltimo trata-se de pontos com maior sensibilidade, que apresentam
dor localizada, e estĂŁo presentes em pacientes com fibromialgia, que serĂĄ
abordada posteriormente.
Ă importante
ressaltar que os pontos gatilhos sĂŁo caracterĂsticos da sĂndrome dolorosa
miofascial (SDM), enquanto os tender points estĂŁo presentes na
fibromialgia. A SDM acomete ambos os
sexos igualmente e caracteriza-se por trigger points assimétricos e contração
local à palpação. A fibromialgia, por sua vez, apresenta ao menos 11 dos 18
locais predeterminados com a presença de tender points, é mais comum em
mulheres na faixa etĂĄria entre 40 e 60 anos de idade, com caracterĂstica de
tender points (pontos fracos) simétricos e dor difusa.
FIGURA-43.2: TENDER POINT