DOR ESTUDO das LESÕES
Para iniciar o
estudo das lesões musculoesqueléticas é imprescindível, primeiramente, abordar
a dor. A dor é uma experiência sensorial desagradável, considerada até hoje um
fenômeno de difícil definição, por estar relacionados a uma grande quantidade
de fatores ligados à personalidade, fatores do ambiente, entre outros.
É também
considerada uma experiência emocional, que pode ou não ter relação com um dano
tissular real (dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes).
Além disso, o indivíduo que a sente, pode ter dificuldade de qualificá-la e
descrevê-la, o que a torna ainda mais subjetiva. Sabe-se que grande parte da
procura dos pacientes por ajuda médica está relacionada à presença de dor em
alguma região corporal.
A dor desencadeia alterações hormonais, mecânicas,
químicas, afetivas, muitas ainda desconhecidas e não irá necessariamente
alterar a anatomia de algum órgão ou tecido. Pode variar suas manifestações de
acordo com a quantidade, intensidade, localização e tempo de duração. Se esse estímulo
doloroso torna-se crônico, podem surgir outros sinais e sintomas variados.
Alguns autores consideram a própria dor crônica em si como uma doença, pois
pode gerar incapacidades e maiores efeitos orgânicos.
Segundo a Sociedade Internacional do Estudo da Dor, são
estabelecidos alguns termos para diferentes tipos de dor. São estes:
-Alodinia: dor resultante de um estímulo não nocivo em
pele normal.
-Analgesia: ausência de dor por estimulação nociva.
Analgesia dolorosa: dor na área que está com anestesia.
-Causalgia: queimação contínua após uma lesão reumática
nos nervos.
-Dor central: dor associada com lesão do sistema nervoso
central.
-Disestesia: sensação desagradável anormal.
-Hiperalgesia: sensibilidade aumentada para um estímulo
não nocivo.
-Hiperestesia: sensibilidade aumentada a uma estimulação.
-Hipoalgesia: diminuição da sensibilidade a um estímulo
nocivo.
-Hipoestesia: sensibilidade diminuída à estimulação.
-Neuralgia: dor no trajeto do nervo.
-Neurite: inflamação no nervo.
-Neuropatia: distúrbio da função ou alteração patológica
do nervo.
-Nociceptor: um receptor, preferentemente sensitivo, a um
estímulo nocivo ou potencialmente nocivo.
-Hiperpatia: síndrome dolorosa caracterizada pela
hiper-reação e pós-sensação ao estímulo.
Nível de dor: a menor intensidade do estímulo com que a
pessoa sente a dor.
Nível de tolerância: maior intensidade do estímulo que
causa a dor que o indivíduo está preparado para tolerar.
Muitas das pessoas
que procuram a Quick Massage são portadoras de dores crônicas. Esse tipo de dor
torna o indivíduo mais sensível e pode produzir degradação física e mental, que
varia de uma pessoa para outra. Ela pode apresentar-se desmotivada, quando a
dor é um problema constante que domina a sua vida. Em casos mais graves, pode
gerar depressão, ansiedade e/ou quadros de pessimismo progressivo. Associa-se
com frequência à debilidade, fadiga crônica e até mesmo confusão mental,
alterações no ciclo sono-vigília, mudanças na libido e no apetite.
É importante que o
profissional que aplica a massagem esteja ciente de todas essas possíveis
alterações físicas e psicológicas que seu cliente possa manifestar.
Frequentemente, também é comum o uso de medicamentos receitados pelo médico ou
até seu uso de forma errada pela automedicação como: analgésicos,
anti-inflamatórios, calmantes e relaxantes musculares. Na presença de dor
crônica, podem ser observados distúrbios com perturbações na área somática,
psíquica e também social, podendo afetar relacionamentos com amigos, familiares
e pessoas do círculo profissional.
FIGURA-35
DOR
REFERIDA ESTUDO
A dor referida como
aquela sentida em uma área de superfície distante do órgão estimulado. Muitas
vezes, a área onde a dor é manifestada e o órgão visceral relacionado apresenta
a mesma inervação na medula espinhal, fato que sugere uma explicação para esse
fenômeno ocorrido.
É possível que um
órgão interno sofra algum tipo de irritação (lesão tecidual, por exemplo) e
esta dor não seja sentida propriamente neste órgão, mas sim em uma estrutura
somática distante a ele (dor somática). Pode haver, nesse caso, contração
reflexa de músculos estriados esqueléticos. A figura mostra algumas áreas de
dor referida. São mostradas áreas cutâneas onde pode ocorrer reflexo das dores
viscerais.
FIGURA 36 – ÁREAS CUTÂNEAS COM MANIFESTAÇÃO DE DOR VISCERAL
No entanto, é importante destacar que os locais de dor
referida não são padronizados e podem variar com frequência, de um indivíduo
para outro. Um cliente que relate dor referida ou de causa não explicada deve
necessariamente ser encaminhado para um médico.